Diante de toda polêmica gerada em torno da situação precária em que se encontra a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), a administração Celso Itaroti e Zé da Kibon tem buscado soluções para que o tratamento seja realizado com eficácia no município. Foto tirada no início do ano mostra a situação precária em que se encontrava a ETE A ETE é fruto de um trabalho político realizado em 2006. Na época, o então assessor parlamentar Ronaldo Gutierres conseguiu um empenho de R$ 6.242.000,00 junto ao Orçamento Geral da União do PAC I – Plano Saneamento para Todos, através do Ministério das Cidades, ficando o município responsável pela contrapartida de R$ 2 milhões. Já em 2011, Vargem Grande do Sul recebeu da Funasa mais R$ 1 milhão para a construção de um tronco coletor. Com isso foram gastos o total de R$ 9.242.000,00. O porquê do colapso A Estação de Tratamento de Esgoto estranhamente foi inaugurada duas vezes. A primeira ocorreu em 2008, enquanto que a segunda inauguração foi realizada em 2009. Durante o ano de 2008, a Controladoria Geral da União (CGU) sorteou várias obras do PAC I para serem vistoriadas, estando entre elas a ETE de Vargem Grande do Sul. Os fiscais do órgão federal estiveram no município e averiguaram completamente a estação de tratamento, onde constataram as seguintes irregularidades: – Planilhas de custos incompatíveis, em função de discrepâncias entre o projeto executado e o licitado. – Ausência de fiscalização da obra por parte da Prefeitura. – Ausência de detalhamento da composição do BDI (Benefícios e Despesas Indiretas). – BDI com valor exorbitante. – Falhas na realização da análise de custo. – Divergência entre a situação no local da obra e a constante situada na Caixa. Desde que inaugurou a ETE, esta é a primeira vez que é feita a manutenção dos aeradores Os problemas apurados pela fiscalização da CGU geraram o Relatório de Fiscalização nº 01.238, o qual detalha todas as irregularidades nas suas 27 páginas. Este documento foi enviado para o Tribunal de Contas da União (TCU), o qual ao tomar conhecimento dos fatos, encaminhou o processo ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) – ao contrário do que o jornal Gazeta de Vargem Grande noticiou na edição de 28 de setembro, afirmando que este havia sido arquivado. Mas os problemas relacionados a ETE não pararam por aí. Em 2009, o computador com o software responsável pelo funcionamento de toda estação foi furtado da central. Com isso, o tratamento de esgoto começou a ser operado manualmente. Além disso, a falta de manutenção de seus equipamentos fez com que a Estação de Tratamento de Esgoto fosse se deteriorando com o passar do tempo. Aerador completamente deteriorado Em 2012, a administração passada participou de reuniões junto a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), onde foi solicitada a manutenção das máquinas que compõem o tratamento de esgoto. Como a gestão anterior não tomou as devidas providências, a Cetesb notificou e multou o município. Com isso, a atual gestão deverá arcar com uma multa de aproximadamente R$ 5 mil e outra de R$ 11 mil. Diante de tudo isso, é inadmissível que a ETE, a qual foi projetada para atender a demanda de 100% de esgoto tratado até o ano de 2024, tenha sido completamente deteriorada em apenas quatro anos e meio de uso. A situação da ETE em 2013 e as medidas adotadas Assim que o prefeito Celso Itaroti e o vice-prefeito Zé da Kibon assumiram a prefeitura este ano, a situação da Estação de Tratamento de Esgoto continuava precária. Diante disso, um parecer técnico foi feito e uma série de medidas têm sido adotadas para normalizar a situação do esgoto: – Bombas queimadas: Ao longo deste ano foram realizadas três manutenções nas bombas do poço de entrada. Desde que iniciou o tratamento de esgoto, estes equipamentos já vêm queimando por deficiência de funcionamento. De acordo com o diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAE), Sandro Luis Chiavegato, elas queimam devido à precariedade do próprio painel, o qual já passou também por diversas manutenções e é responsável por toda alimentação da ETE. Na quinta-feira, 10 de outubro, uma nova bomba foi instalada na estação e já estão sendo orçados novos equipamentos para que o tratamento realmente funcione de forma eficaz. Com isso, a estação conta com duas bombas operando atualmente. – Sem informatização: Como a Estação de Tratamento de Esgoto é operada manualmente, a Prefeitura Municipal pretende realizar a reforma completa do painel elétrico e informatização da Estação de Tratamento de Esgoto. – Aeradores sem manutenção: Recentemente foram retirados para a manutenção os nove aeradores, equipamentos destinados a oxigenação das lagoas de tratamento. Desde que inaugurou a ETE, esta é a primeira vez que esta intervenção é feita. Hoje, cinco estão em funcionamento, enquanto que os demais necessitam de manutenção. Foram gastos o total de R$ 9.242.000,00 na ETE – Roscas sem fim deterioradas: Durante a construção da ETE foram instaladas roscas sem fim de ferro fundido, material que não é indicado para a estação de tratamento, uma vez que acaba enferrujando com facilidade. Elas estão paradas desde o início de 2012 e agora a Prefeitura Municipal pretende trocá-las por roscas sem fim de aço inoxidável, que é o material que constava no projeto e é o indicado para que não haja corrosão. – Bombas dosadoras de cloro sucateadas: Desde a inauguração da ETE, as bombas dosadoras de cloro apresentavam deficiência no funcionamento. Com o tempo, o problema foi se agravando até que os equipamentos parassem de funcionar, encontrando-se sucateadas atualmente. A intenção da Prefeitura Municipal é comprar novas bombas para a estação. – Desaneradores sem manutenção: A Prefeitura Municipal também deverá arcar com a manutenção dos desarenadores. Os equipamentos deverão ser retirados para limpeza, reforma e, se necessário, troca. – Esteira e gradeamento: O Poder Executivo também pretende trocar o sistema de esteira e gradeamento. – Lagoas de tratamento nunca foram dessassoreadas: Também deverá ser feito o desassoreamento das lagoas de tratamento para que a ETE tenha um bom funcionamento. Desde sua inauguração, esta medida nunca foi feita. – Custo: Todas estas ações são de alto custo para o município, estando orçadas em aproximadamente R$ 1,5 milhão para que a Estação de Tratamento de Esgoto esteja normalizada. Prefeitura comunicou Ministério Público sobre problemas Prefeitura comunicou Ministério Público em julho No dia 2 julho de 2013, a Prefeitura Municipal encaminhou um ofício ao Ministério Público comunicando a situação em que se encontrava a Estação de Tratamento de Esgoto. Junto com o documento foi anexo um relatório técnico elaborado por um profissional qualificado, o qual atestava todos os problemas da ETE. No ofício, a Prefeitura Municipal informou devidamente ao MP sobre os fatos e aguarda até o momento a adoção das medidas necessárias neste caso. Preocupados com o saneamento básico, o prefeito Celso Itaroti e o vice-prefeito Zé da Kibon têm plena consciência de todos estes problemas e destacam que já estão sendo tomadas as devidas providências para que a Estação de Tratamento de Esgoto opere como realmente deveria, garantindo assim, melhoria na qualidade de vida e uma maior preservação ambiental..
Vargem Grande do Sul