CURIOSIDADES INÉDITAS SOBRE NOSSO ANTIGO JARDIM

Cultura - Sexta-feira, 25 de Setembro de 2020


CURIOSIDADES INÉDITAS SOBRE NOSSO ANTIGO JARDIM Por que digo nosso Jardim? É porque era assim que por décadas tratávamos a nossa Praça Capitão João Pinto Fontão, que foi grande colaborador no desenvolvimento da pequena Vargem Grande. Este espaço democrático recebeu por mais de meio século, todas as camadas sociais, de todas as idades, pois passear no coração da cidade era programa obrigatório e considerado um grande entretenimento. Na década de 50, chamados “anos dourados” e por boa parte dos anos 60, o cinema “Cine Rio Branco” ampliou o fluxo daquele trecho em frente ao jardim. No coração da praça, nos bancos no entorno da fonte luminosa, ficavam os casais de namorados. Na calçada em frente ao cinema, ainda acontecia o “footing” das moças flertando com os rapazes que ali procuravam suas futuras namoradas. A movimentação em frente ao cinema era constante, pois os jovens da época, ía ao cinema pelo menos 3 vezes por semana. A S.B.B era o refúgio nos esperados bailes e nas manhãs de domingo após a missa, quase sempre ao som de Glen Miller. O Tênis Clube despontava para os associados com o início dos inesquecíveis campeonatos de natação. O aparecimento dos boliches também ajudou a diversificar as oportunidades de lazer. Foram anos de muita efervescência cultural também pela grande presença do “Ginásio Alexandre Fleming” e dos Campeonatos de Futebol disputados pelos vários e saudosos times com destacados craques. Mas, era ainda o jardim o grande centro popular de encontros. Mas, e os anos 35 e 40? Com a cidade laboriosa ainda pequena. Como se divertiam e passeavam as famílias, as moças casadouras, os namorados e as crianças?                                    Foi então que, além de informação de minha mãe Emilinha, Rainha do Carnaval de 42 no Clube Vargengrandense, recebemos na Casa da Cultura para uma entrevista um grande conhecedor da vida social desta época, onde para bailes, saraus e festas tínhamos o Clube Vargengrandense e a Sociedade Italiana no atual prédio da loja “Gol”. Não havia ainda o cinema em frente a praça. A maioria da população se distribuía, por costumes que foram se instalando em diversas partes da praça, o que era muito curioso.                              O professor João, que sempre fotografava com seu pai, o grande Virgílio Forlin, sabia bem descrever a Praça da Matriz. Como já foi dito, na calçada principal ficavam acontecia o vai e vem do “footing” das moças observadas pelos rapazes. Na rua lateral e calçadas, em frente ao Banco Bradesco, ficavam circulando os namorados. Na lateral em frente a Igreja Matriz circulavam jovens, famílias e casais negros. A cidade era pequena e pacata, todos se conheciam e o tratamento entre si era sempre cordial. No centro da praça, onde reinava o belo Coreto, havia direto um serviço de auto falantes, comandado pelo locutor Aristóteles  Carvalho que dirigia a programação musical com o costumeiro hábito de oferecimento de músicas entre as pessoas. Nos bancos do entorno do coreto ficavam casais e pessoas notórias da cidade como comerciantes, proprietários de fábricas,  pessoas de destaque da sociedade que ali se reuniam, ao som das músicas e conversavam sobre os problemas e as coquistas da nossa Vargem Grande da época. Curiosos anos! Infelizmente com o tempo e o advento da televisão e seu grande apelo, as famílias foram se recolhendo em suas casas e mais recentemente, dos Clubes Sociais. Será que as áreas de lazer domésticas substituem as deliciosas conversas na Praça? Onde tínhamos além de amigos, muitos conhecidos que íamos conquistando nos frequentes encontros? Respeitada a grande importância que adquiriu o celular nesta pandemia, já há um tempo ele passou a isolar as pessoas dentro de suas próprias casas. Porém, temos esperanças que com as interferências que estão sendo feitas, a exemplo das semanas do Natal, possamos recuperar um pouco seu sentido de “Cartão de Visita da cidade”. Obrigada professor João! saiba que seremos sempre gratos por tudo, memórias, relatos e as preciosas fotos históricas de seu pai Virgílio. Você tornou possível enriquecermos significativamente a Cultura, a Memória e a História da nossa Pérola da Mantiqueira! MÁRCIA RIBEIRO IARED Diretora de Cultura e Turismo.

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